Mandado de Segurança Popular
Depois as farsas dos julgamentos – a intimidação do público, a impossibilidade de participação da imprensa, as pressões sem número aos advogados (quantos não foram presos e perseguidos). Enfim, bem semelhante aos tribunais nazistas que tantos protestos têm causado aos responsáveis pelo seu arremedo em nosso país.
Num destes processos pela participação nas lutas estudantis de 1968 – onde as decisões eram tomadas coletivamente, em assembléias democráticas, em eleições com voto obrigatório pelo próprio regimento da Universidade, fui condenado, em 1970, a vários anos de prisão. Ou seja, mais um erro de direito. Julgar fatos de uma conjuntura passada com critérios senão o do ódio cego.
Daí porque não me “entregar”. Não reconheço nem posso reconhecer como “justiça” o grau de distorção a que se chegou nesse terreno. A justiça a que recorro é a consciência democrática de nosso povo e dos povos de todo o mundo.
– PERSPECTIVA
Tenho vivido estes anos por um ideal que vem se mantendo aceso, creio, jamais se apagará – a luta pela causa do povo.
A perseguição dos exploradores não me intimida. Recebo-a como uma evidência de que é justo o caminho que trilho. Não quereria receber deles algo que fosse complacência mas é uma situação injusta.